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Vale a pena contratar um seguro de vida resgatável?

A contratação de um seguro de vida é um ato de amor. Garantir a tranquilidade financeira da família em caso de uma eventualidade é o que motiva milhões de pessoas a procurarem esse tipo de solução no mercado. Uma das ofertas que vêm chamando a atenção do público é o seguro de vida resgatável.

Apesar do produto ter ganhado destaque nos últimos tempos, por permitir resgates em vida e oferecer outros benefícios, é muito importante analisar todos os aspectos envolvidos, como o comprometimento com contratos longos e a possibilidade de perdas financeiras significativas, entre outros.

Será que o seguro de vida resgatável é mesmo a melhor solução para você? Siga em frente para entender as características deste produto.

O que é seguro de vida resgatável?

O seguro de vida resgatável pode ter outros nomes comerciais, mas costuma ter o nome técnico de “seguro dotal misto” e é composto, na verdade, por dois produtos — um seguro de vida e uma reserva de “sobrevivência”.

No modelo tradicional, os contratos geralmente são renovados anualmente (não têm uma duração específica). Já no resgatável, como envolve a acumulação de uma reserva de sobrevivência, eles precisam ter uma duração mínima de 10 anos — podendo chegar a 15, 20 anos ou mais.

O prêmio a ser resgatado tem valor fixo — a chamada reserva de sobrevivência. Porém, é preciso analisar quais serão os indicadores financeiros utilizados para a correção dos valores com o passar dos anos.

Além disso, como os seguros resgatáveis são contratados por um prazo fixo, em geral, eles não sofrem correção de preço ao longo dos anos em função da idade do segurado (cujo nome técnico é taxa nivelada). As correções ocorrem somente pela inflação. Os seguros tradicionais, além da correção anual pela inflação, também sofrem um reajuste por faixa etária, muito semelhante aos planos de saúde.

Assim como os seguros tradicionais, os resgatáveis também exigem a Declaração Pessoal de Saúde (DPS). Em alguns seguros resgatáveis, após alguns anos de contrato, não pode haver rescisão de contrato unilateral por parte da seguradora no período de renovação anual.

Quais são as desvantagens do seguro de vida resgatável?

Observando as características do seguro resgatável, em uma primeira análise, o produto pode parecer uma alternativa interessante. Temos a taxa nivelada, que significa menores reajustes ao longo do tempo, maior segurança com questões de saúde ao longo do tempo e, ainda, a possibilidade de resgatar uma parte do valor pago, transmitindo a sensação de que não haverá grandes perdas financeiras no período.

Mas é preciso avaliar qual é o preço das supostas vantagens apresentadas. Confira algumas das desvantagens do seguro de vida resgatável.

Não é um investimento

O seguro de vida resgatável não tem a mesma valorização de outros produtos financeiros. Sempre compare com mais de uma fonte quais são as alternativas de investimento em comparação às utilizadas para a composição da reserva de sobrevivência. Compare o custo do seguro resgatável com o de adquirir um seguro de vida tradicional, aplicando a diferença do valor que seria pago no modelo resgatável em outro investimento.

Não se deixe levar por argumentos emocionais de um único planejador financeiro. A noção de poder resgatar uma parte do prêmio em vida parece uma ótima oportunidade para investimentos futuros, seja em uma viagem em família, na compra de um bem, na faculdade para um filho ou filha, na aposentadoria, etc.

Mas quando considerar um planejamento buscando a tranquilidade financeira, saiba separar a busca dos seus sonhos da sua reserva para aposentadoria — há alternativas de investimentos próprias para cada caso.

Falta de liquidez

Como os contratos dos seguros resgatáveis são mais longos, o contratante se vê obrigado a arcar com aquele custo durante um longo período, sem brecha para cancelamentos. Assim, em um período de dificuldade financeira, pode ser complicado manter a contratação de um seguro com o mesmo valor pago em outro momento.

Os contratos até podem ser cancelados, porém, a perda financeira é muito grande: nesses acordos, existem cláusulas que falam em “penalidades”, para o caso do contratante desejar sair do produto antes do prazo estipulado.

Muitas vezes, apenas 35% do valor total investido podem ser recuperados numa situação de saída — se R$ 50 mil foram investidos, o desistente fica com apenas R$ 17,5 mil na quebra de contrato, por exemplo.

Perda de proteção

Como o seguro resgatável é um produto combinado, em caso de cancelamento e resgate antecipado, a família fica sem nenhuma cobertura.

Quando o seguro tradicional é a melhor opção?

A grande maioria das pessoas que faz esta reflexão chega à conclusão de que o seguro resgatável não vale a pena. Nossa recomendação é planejar sua proteção para eventualidades (perda da vida) e sua segurança financeira no futuro (reserva para aposentadoria) de forma separada, buscando os produtos mais adequados para cada caso.

Considerando sua proteção para o caso de eventualidades, os seguros de vida tradicionais têm um custo mais baixo, especialmente para os mais jovens. Eles não aplicam qualquer tipo de penalidade no caso de um cancelamento antecipado e possuem uma ampla gama de proteções que podem ser contratadas — não só para perda da vida, como para o caso de uma invalidez, incapacidade temporária ou diagnóstico de doenças graves.

Considerando sua segurança financeira, recomendamos que tenha em mente seus objetivos e os administre de forma separada:

para aproveitar a vida e buscar seus sonhos, é possível encontrar boas opções, como títulos públicos, ações, investimento em fundos imobiliários etc.;

já para sua aposentadoria, recomendamos que trate igual às suas contribuições para o INSS — não é um dinheiro a ser destinado para a compra da casa própria, do carro novo ou para usar em emergências. É a sua segurança e conforto no futuro. Para este objetivo, existem os planos de previdência privada, que oferecem diversas vantagens tributárias e para transmissão de herança que o ajudam a acumular uma reserva maior no futuro.

Como funciona a previdência privada somada ao seguro de vida?

O maior alerta em relação aos seguros resgatáveis é a ideia, muitas vezes falsa, de se estar comprando um seguro de vida e uma proteção para a aposentadoria no mesmo produto. Para situações diferentes, recomendam-se abordagens diferentes, buscando sempre a melhor alternativa para cada caso.

Os seguros de vida resgatáveis têm como ponto fraco justamente a parte “resgatável”, ou seja a reserva de sobrevivência. Se for possível contratar uma reserva de sobrevivência bem baixa para aproveitar algumas vantagens, como a taxa nivelada, nós temos algumas boas recomendações.

Porém, se o valor da reserva de sobrevivência for obrigatoriamente igual ao valor da indenização pela perda da vida, o custo mensal será elevado e o valor a ser resgatado não será corrigido como poderia.

Compare sempre o produto resgatável e sua reserva de sobrevivência com um seguro de vida tradicional somado a um plano de previdência privada. Assim, é possível buscar proteção para todo tipo de eventualidade e planejar um futuro tranquilo.

A dica final é: pense nas emergências, em seus sonhos e seus objetivos de forma separada. Assim, poderá buscar a melhor solução para cada caso, sem ficar preso a situações “casadas” das quais pode ser difícil sair. Analise várias opções e nunca ouça apenas uma opinião.

Gostou do nosso artigo? Caso queira saber mais a respeito de seguro de vida resgatável ou tradicional, ou ainda sobre produtos de investimento, entre em contato com a gente. A Segure.me terá o maior prazer em tirar todas as suas dúvidas!