You are currently viewing Os Riscos Que Não Queremos Ver
Riscos: não quero ver, ouvir ou falar.

Os Riscos Que Não Queremos Ver

Os Riscos Que Não Queremos Ver

Como você pretende enfrentar esses riscos?

Neste artigo escrevo com base numa recente pesquisa[1] publicada pela Universidade de Oxford sob encomenda de uma seguradora global que partiu de uma amostra tirada da população de 11 países, dentre eles o Brasil, que aborda as lacunas, os riscos na proteção de renda.

Lacunas de renda são definidas como as reduções da renda familiar resultantes da manifestação de eventos como a morte ou da incapacidade permanente ou temporária que afetam a vida de um adulto gerador de renda responsável por um grupo familiar que dele depende, levando-se em consideração todas as suas fontes, públicas ou privadas.

No mundo desenvolvido a demanda por apoio governamental – a fonte tradicional de alívio – está rapidamente superando a oferta. Notadamente os regimes de previdência públicos são focados nas populações de rendas mais baixas e menos nas de classe média.

Em nosso país não é diferente, o Estado via INSS (RGPS) concede cobertura insuficiente para eventos que causam incapacidade de trabalho e invalidez, quando consideramos as necessidades da população das classes média e alta. A cobertura estatal garantida para esses eventos possui um teto de valor que não atende todas as necessidades de cada classe social da mesma forma. Isso coloca as populações de rendas médias e altas em risco, caso um evento de invalidez ou morte ocorra precocemente com os responsáveis financeiros da família. Se isso ocorrer poderá gerar duras consequências para que esse responsável possa manter a sua subsistência e a dos seus dependentes se contarem somente com a proteção garantida pela seguridade social.

As consequências podem ser devastadoras para estas famílias. Como exemplo, um estudo feito citado na pesquisa feito em 2001 nos EUA[2] sugere que 2/3 das mulheres de classes mais pobres e 1/3 dos homens são frutos de uma cobertura de seguro de vida inadequada.

Menos de 1/4 da população Brasileira conta atualmente com uma proteção de renda adequada, estando sujeita ao risco de perda de renda. O estudo também demonstra que a maioria dos respondentes em todos 11 os países pesquisados não são otimistas com relação às soluções governamentais. Em nenhum país se espera que os benefícios sofram aumentos nos próximos 5 anos, e na sua maioria se espera que sejam reduzidos. Mas apesar deste quadro 52% destas populações não possuem seguros, porém consideram adquirir um no futuro.

Entre as principais barreiras mais importantes que impedem a compra de seguro de proteção de renda estão a o baixo nível de entendimento dos produtos e a percepção de que os preços destes seguros sejam muito caros, ou seja, as pessoas julgam que uma proteção de renda adequada é muito cara e preferem nem se informar para saber quanto isso custa realmente. Porém quando perguntados sobre a qual porcentagem de seu salário mensal atual estariam dispostas a pagar para proteger até 80% de sua renda, o estudo revela que elas comprometeriam em média 5% da renda mensal para contratar tal cobertura.

Surpreendente! Há um circulo vicioso ocorrendo. Os indivíduos sequer buscam informação sobre quanto uma cobertura realmente custa porque julgam que é caro! Por outro lado estariam dispostos a comprometerem em média de 5% das suas rendas mensais para terem um seguro, o que na prática custa em torno de 1% da renda mensal de um indivíduo sadio de meia idade.

Outros achados trazem conclusões menos surpreendentes como uma correlação positiva entre renda e demanda por seguro. Quanto maior a renda de uma pessoa, maior sua aversão ao risco. A conclusão é a de que a população de classe media é a que mais corre risco em relação à proteção de renda. Seja porque os indivíduos da classe alta já possuem patrimônio e investimentos que lhes garantem uma autoproteção, seja porque os de classe baixa estão protegidos pelas coberturas mínimas e universais garantidas pelo estado.

O autoconhecimento sobre produtos de seguros é sempre positivamente correlacionado com a posse de uma apólice. Ou seja, quanto mais as pessoas conhecem sobre os benefícios de se ter seguros, mais seguros tendem a comprar.

Ter passado por uma experiência de perda de renda, seja esta de primeira mão, ou por conhecer alguém que já enfrentou experiência semelhante na família, também tende a aumentar as chances de contratação de um seguro de proteção de renda.

Interessante que o estudo comprova também que nós seres humanos temos uma tendência de acreditar mais em narrativas e histórias que nos são contadas do que em técnicas de persuasão que se baseiam em fatos estatísticos abstratos.

Aqueles que já tiveram a amarga experiência de perda de renda devido a um problema relacionado à saúde física ocorrida em suas vidas (tais como: derrame, câncer ou infarto) estavam mais propensos a contratar um seguro do que aqueles que passaram por experiências de perda de renda devido a fatores relacionados a problemas com estresse ou causas emocionais. E nunca ou pouco pensaram nesse risco antes do mesmo acontecer.

A razão mais comumente citada para os respondentes que os faria comprar um seguro de proteção de renda, com cerca de 40% das respostas é a de que achavam que o dinheiro que poderiam conseguir com outras fontes seria insuficiente. A segunda razão mais importante com 31% das respostas foi o aumento na quantidade de dependentes pelos quais passaram a ser responsáveis desde que iniciaram suas carreiras.

Outro fato da pesquisa é que a maioria das pessoas preferiria ter uma proteção de renda como parte de seus pacotes de benefícios, mesmo que isso significasse uma renda total disponível inferior, o que demonstra o potencial valor deste tipo de oferta de proteção de renda de forma voluntária ligada ao emprego, por meio de seus empregadores. Algo que no Brasil, com a crise que vivemos é pouco provável que ocorra.

A realidade das relações de trabalho, porém tem mostrado que há um incremento nas contratações temporárias e contratos de meio período e isso tem levado os trabalhadores a uma maior exposição aos riscos, visto que estes vínculos temporários normalmente não garantem benefícios, ou quando garantem terminam com o término deste vínculo temporário.

Isso sem citar aqueles trabalhadores que são derivados da nova “economia compartilhada”, como os proprietários de imóveis que alugam para temporada e os “uberistas”, além dos taxistas, médicos, consultores, dentistas, advogados e etc.,que não contam com empregadores para lhes oferecer pacotes de benefícios.

Umas das questões que surgem é por quanto tempo, se é que há garantia de algum período de tempo, esses trabalhadores poderão continuar recebendo seus salários/ rendas integrais de seus empregadores caso fiquem gravemente doentes ou até mesmos inválidos e temporariamente ou definitivamente incapacitados ao trabalho?

E aí, como você pretende enfrentar esses riscos? Vai tomar uma atitude responsável e começar a se informar para ter um seguro que proteja sua renda ou prefere entrar para estatísticas e ser o personagem de uma história amarga que sirva de incentivo para outras famílias se motivarem e falarem sobre quão arrependido se sentiu por não tê-lo feito o quanto antes e podido garantir um futuro financeiramente sólido para você e para a sua família? Ah, quase ia esquecendo, você é daqueles que ainda acreditam que o Estado vai ser o provedor do sustendo de sua família se algo ruim lhe acontecer, não é mesmo, afinal é para isso que os impostos servem!

Bem, se tiver a curiosidade de saber ao menos quanto custa ter um plano de proteção, consulte-nos em segure.me !

[1] Understanding income protection gaps: awareness, behavior, choices. 2016 .Smith School of Enterprise and the Environment at Oxford University and Zurich Insurance Group

[2] Bernheim, B.D., Carman, L.G., Gokhale,, J. and Kotlikoff, L.J. (2001) The Mismatch between Life Insurance Holdings and Financial Vulnerabilities: Evidence from the Survey of Consumer Finances, NBER Working Paper No. 8544, Cambridge, MA